O presidente Jair Bolsonaro insiste em querer legislar sobre o que as plataformas sociais podem fazer ou não — se a medida provisória não deu certo, tenta agora como projeto de lei. De um lado, faz parte de sua estratégia política intensificar o discurso de ódio e a disseminação de notícias falsas para manter os apoiadores aguerridos. De outro, o cerco que a Justiça, via STF e TSE, vem fazendo a essas práticas aumenta.O Planalto enviou neste domingo ao Congresso o novo projeto de lei, que é virtualmente idêntico à MP das Fake News, devolvida pelo Senado e suspensa pelo STF. Em síntese, o projeto limita o poder de redes sociais de retirarem do ar conteúdo falso e discursos de ódio e de banir quem os dissemina. (Estadão)
Em outra frente, a estratégia de Carlos e Eduardo Bolsonaro, os filhos Zero Dois e Zero Três do presidente, para as eleições do ano que vem deve ser a internacionalização dos disparos em massa nas redes sociais. O conteúdo do “gabinete do ódio” segue produzido aqui, mas lançado nas redes por empresas e laranjas no exterior, para driblar a Justiça brasileira. (UOL)
Ronaldo Lemos: “A discussão dessa MP não passa de distracionismo. Seu texto quis passar a mensagem de que as fake news são um problema de liberdade individual. Sua premissa seria que são indivíduos que criam e espalham informações falsas. A questão das fake news não é individual, mas industrial. Fake news é indústria lucrativa, bem organizada e bem financiada, com comando e controle, funcionários e prestadores de serviço de várias naturezas, incluindo redatores, programadores, agitadores e gestores de redes de robôs e perfis falsos. Tanto que o termo ‘fake news’ é em si enganoso. O mais correto seria ‘comportamento inautêntico coordenado’.” (Folha)